A palavra “anfíbio”
vem do grego “amphibios” que significa duas vidas, ou seja, são animais
que vivem parte da sua vida no meio aquático
e a outra parte no meio terrestre. Foram eles os primeiros vertebrados a
adquirirem condições fisiológicas para viverem na terra. Os anfíbios não têm
escamas, mas possuem a pele altamente permeável tornando-se, assim, mais
suscetíveis as mudanças nos padrões de temperatura, chuva e umidade.
Nas últimas décadas, o
declínio nas populações de anfíbios tem sido notório. Trata-se de uma diminuição global. No mundo,
existem cerca de seis mil espécies, sendo que um terço das espécies encontra-se ameaçada.
O declínio das populações e extinções de anfíbios tomam proporções maiores, sobretudo
na América Latina. O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em número de
espécies de anfíbios:75% das espécies descritas só existem aqui. A situação
mais grave é registrada no Caribe, onde mais de 80% dos anfíbios encontram-se
ameaçados de extinção.
O colapso nas
populações de anfíbios é um problema global com causas locais complexas. O aumento nos índices de radiação
ultravioleta, a introdução de espécies exóticas nos ecossistemas, a fragmentação
e degradação do habitat, poluentes químicos, doenças (como
a quitridiomicose) e mudanças climáticas são fatores que contribuem para extinção
destes animais.
A mudança climática parece
ter criado condições mais favoráveis para a propagação da quitidriomicose. Esta
doença é causada pelo fungo Batrachochytriumdendrobatidis ou fungo quitridial. As espécies infectadas com esta
doença apresentam lesões na pele, tornando impossível a respiração dos anfíbios
pela pele.
Não existe apenas um fator para a catástrofe nas
populações de anfíbios, e sim um conjunto de fatores que acabam afetando não
somente os anfíbios, como outros organismos.
Os anfíbios têm um papel essencial nos ecossistemas:
podem alterar a dinâmica de algas, os sedimentos de água doce e a decomposição
das folhas, servem de alimento para várias espécies de aves e mamíferos, como
também se alimentam de vários insetos que muitas vezes são considerados como
pragas.
Na
cultura tradicional, o sapo-cururu, o sapo-intanha, a rã-pipa, a perereca-verde,
entre outros são considerados animais maléficos. Porém, muito mais perigosos são
os Homo sapiens. A nossa poluição é a mais maléfica de todas, tanto para
os anfíbios, como para nós mesmos.
Mayara de Lima
O trabalho Anfíbios em perigo! de Mayara de Lima foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário