Por:
Iris Rianne
Hoje
se sabe que os recursos naturais são finitos, isso tem feito surgi uma maior
consciência ambiental entre a população. Tendo isso em vista, muitas empresas
privadas têm buscado ferramentas para reduzir os gastos na produção e, ao mesmo
tempo, vender mais produtos aos indivíduos ambientalmente preocupados.
A
Organização Internacional de padrão (ISO - sigla em inglês) em 1994 desenvolveu
normas para produtos que priorizam a saúde e segurança das pessoas, sem
comprometer o meio ambiente, por exemplo: uma bacia hidrográfica ou uma área
protegida. Essa norma foi chamada de ISO 14000, a qual apresenta alguns pontos,
como: estabelece compromisso com a manutenção da qualidade ambiental; analisa
impactos ambientais causados pela empresa; desenvolve estratégias de garantia
das metas estabelecidas; desenvolve programas de educação ambiental e
capacitação de servidores das empresas; busca diminuir os resíduos gerados pela
empresa, além de definir normas para seu tratamento.
A
ideia de criar a ISO 14000 surgiu da atual conscientização das pessoas quanto à
crise ambiental, percebendo que os bens naturais (água, ar, minerais) possuem
um valor econômico associado a eles, o que muitos autores chamam de valoração
econômica, ou seja, hoje paga-se pela água e certamente pagaremos mais
ainda.
Alguns
bancos chegam a cobrar taxas maiores para empresas com elevadas atividades
poluidoras, isso pelo fato de existir uma pressão pública local e
internacional. Acionistas também
preferem investir em empresas lucrativas e ambientalmente responsáveis. Outro
fator que contribui para busca desse selo verde é uma crescente busca dos
consumidores por produtos que menos agridem o meio ambiente, assim cada vez
mais importadores exigem certificação ambiental dos produtos nos moldes da ISO
14000.
No
Brasil, o INMETRO é o órgão responsável por fiscalizar essa certificação e é
assim que atualmente nosso país apresenta o maior número de certificações
ambientais da América Latina.
Mas
será que essas empresas estão realmente preocupadas com o meio ambiente, ou com
o lucro que terão, já que os custos na produção de produtos ambientalmente
corretos acabam sendo menores, além desses produtos chegarem ao consumidor com preço mais elevado. Por exemplo, uma
cerâmica utiliza uma enorme quantidade de lenha para fabricar telhas, assim há
muito gasto com a comprar de madeira para alimentar os fornos, além de resultar
na derrubada de uma grande quantidade de árvores. Mas se ao invés de utilizar a
madeira, ela optar pela compra de cascas de coco adquirida de uma indústria de leite de
coco, ele estaria evitando que uma nova árvore fosse derrubada. Ao mesmo tempo,
lucraria com a redução nos gastos, obtendo uma margem de lucro maior do que a
primeira situação. Assim, o que vemos hoje não é apenas uma preocupação com o
ambiente, mas sim a ideia de ganhar novos consumidores que irão comprar
produtos desta empresa ambientalmente correta.
Outro
exemplo, quando uma empresa divulga que ao comprar determinado produto ela está
colaborando com o plantio de mais uma árvore. Será que são árvores nativas
(daquela região)? Existe algum programa de acompanhamento durante o
desenvolvimento dessas árvores? Ou uma
empresa de cosméticos que se apropria do conhecimento popular sobre determinado
essência e não retribui a contribuição que estas pessoas deram para o
desenvolvimento de tal produto. O que você acha? Aguardamos seu comentário.
Logo, antes de comprar determinado produto “ambientalmente correto”, busque informações sobre o processo de fabricação deste,
para realmente ter certeza que esta empresa segue princípios éticos e
ambientais.
Referências:
GOMES, A. A GESTÃO DO SISTEMA AMBIENTAL E A NBR-ISO 14.001. Revista
Científica Eletrônica de Administração. Ano VI. Número 11. Dezembro de 2006.
Diniz, R. V. W.; Andrade, M. O.;
Hernández M. I. M. ISO 14.001 E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: PERCEPCAO
AMBIENTAL DE UM SISTEMA DE GESTAO AMBIENTAL IMPLANTADO. Anais: VII Encontro
da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. Fortaleza, 2007.
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