Por: Iris Rianne
As discussões sobre as mudanças climáticas se
tornaram frequentes entre o meio acadêmico e espaços comuns da sociedade, isso
mostra a preocupação da população com as consequências do aquecimento global para
a qualidade de vida na Terra. Isso é inevitável e bem perceptível, é só
perguntar a seus avós ou outra pessoa mais velha como era a temperatura no
tempo da infância deles. Certamente, eles vão falar que era diferente, “mais
fresco”, chovia mais, entre outras coisas.
Só para compreendermos, na Terra existe um
processo responsável por manter a temperatura equilibrada chamado efeito estufa,
que é imprescindível para a manutenção da vida no planeta, já que promove um equilíbrio
na temperatura, possibilitando um clima adequado para sua existência. Isso se
deve à associação de fatores, como a camada de ozônio que filtra os raios
ultravioletas emitidos pelo sol, além de gases, como dióxido de carbono (CO2)
que é advindo da queima de combustíveis fósseis e contribui para que parte do
calor permaneça dentro da atmosfera terrestre. Entretanto, esta camada tem
sofrido interferência por causa do aumento deste gás que “segura” mais calor na
Terra, aumentando a temperatura global. Além deste gás, também existem outros
que agravam o efeito estufa, como o metano, o clorofluorcarbonetos (CFCs), o óxido
nitroso, entre outros. Estes gases têm fontes variadas, como a decomposição de
matérias orgânica, geladeiras e ar-condicionado antigos, além de indústrias,
respectivamente.
A partir das análises e levantamentos já
realizados, é previsto que o aquecimento intensificará fatores como áreas
litorâneas mais úmidas e os interiores mais secos, além de que esse aumento da
temperatura trará consequências como o derretimento de calotas polares, cujo
resultado é a elevação do nível do mar, ameaçando as populações costeiras. Os
cientistas também informam que a temperatura elevada pode levar à extinção de
espécies, como anfíbios, urso polar, aves – como o ganso de peito vermelho que
vive no Ártico –, e os corais marinhos.
Mas aí você deve estar se perguntando: E o
que isso tem haver com o Brasil, nordeste e o lugar que moro? Pois bem, tem
tudo haver. É só lembrar da seca ocorrida em 2001 na Amazônia; dos tornados e o
Furacão ‘Catarina’ (primeiro furacão brasileiro) atingiram a região sul em 2005;
das tempestades violentas em Alagoas e Pernambuco em 2010; Além de uma das
maiores secas (2012) dos últimos 40 anos na Bahia e Sergipe, acentuando o
processo de desertificação no nordeste. De acordo com dados atuais do INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), esses tornados e furacões são
consequências do aumento da temperatura do Oceano Atlântico, a Amazônia pode se
tornar igual às Savanas africanas e o nordeste se tornar uma área desértica,
semelhante ao deserto onde é impossível plantar ou criar animais para
subsistência, expulsando as populações para a cidade.
Todos esses fatores são intensificados pela
ação humana com a utilização de combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas e
liberação de gases e produtos nocivos ao meio ambiente. Dessa forma, é imprescindível
que as ações previstas no Protocolo de Kyoto (acordo internacional para reduzir
gases que intensificam o efeito estufa) sejam mais efetivas em todos os países
com o objetivo de reduzir a emissões de gases poluentes. Especialmente neste
ano quando ocorrerá, em junho, no Rio de Janeiro, a Conferência Rio+20, onde diversos
países desenvolvidos e em desenvolvimento definirão novas metas de
comprometimento para a melhoria do quadro ambiental a serem alcançadas até o
ano de 2020, contando, claro, com a participação efetiva dos países
desenvolvidos, como Estados Unidos que se negou assinar tal acordo. Vale também
destacar as iniciativas sustentáveis, como a substituição das fontes energias
atuais por renováveis – através de iniciativas como a premiação governamental
às empresas que diminuam emissões – são um bom começo. Enquanto isso, compre
apenas o necessário, use meios de transporte coletivos, reduza o consumo de
energia e, melhor, conversem com seus avós, eles sim sabiam viver bem com o
ambiente.
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