O
ouro do sertão
O sertão nordestino é
constituído por diversos tipos de vegetação, sendo uma delas a Palma, que compreende
as plantas de diversas espécies dos gêneros Opuntia
e Nopalea, ambas da família
Cactácea.
A palma forrageira no
Brasil é motivo de muitas controvérsias entre os pesquisadores, pois afirmam
que a introdução da palma se deu pelos portugueses na época da colonização,
provavelmente trazida das Ilhas Canárias, sendo estas de origem mexicana. Inicialmente,
foi utilizada para a produção de corantes naturais “carmim”, vindo a ser
utilizada como forragem somente por volta de 1915 e introduzida no Nordeste,
provavelmente depois após a seca de 1932, por ordem do Ministério da Viação,
foram plantados do Piauí até a Bahia, diversos campos de demonstração, sendo
este o primeiro grande trabalho de difusão da palma no Nordeste, mas a maior
área de palma forrageira se concentra no agreste e sertão dos estados de
Alagoas e Pernambuco.
A palma se consolidou,
nas zonas áridas e semi-áridas como forrageira estratégica fundamental nos
diversos sistemas de produção pecuário, no entanto, é uma planta de enorme potencialidade
produtiva e de múltiplas utilidades, podendo ser usada na alimentação humana,
na produção de medicamentos, cosméticos e corantes, na conservação e
recuperação de solos, cercas vivas, paisagismo.
Muitos sertanejos a
consideram “o ouro do sertão”, pois nos períodos de estiagem a mesma mata a
fome do rebanho, que não encontram vegetação suficiente nos pastos para se
alimentarem, a maioria dessas plantas crescem de maneira
desordenada ou é cultivada em hortas familiares, os que não possuem esse
plantio, a compram nos período de longas secas, por preços altíssimos devido à
imensa procura.
Atualmente,
agrônomos têm investido no cultivo da palma, introduzindo-a tanto na
alimentação do gado, como também em testes para a produção do
farelo de palma, pois do ponto de vista de deslocamento, fica muito mais fácil.
Tanto o farelo quanto o plantio superadensado
são inovações. Muitos testes e adaptações ainda virão, mas as apostas no
sucesso do novo manejo são altas.
Não
pense que solo do sertão é pobre não, meu senhor, é como fala o mestre Luiz
Gonzaga “Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse
chão.”
Laryssa Alves dos Passos