quinta-feira, 25 de abril de 2013

Anfíbios em perigo!


A palavra “anfíbio” vem do grego “amphibios” que significa duas vidas, ou seja, são animais que vivem parte da sua vida no meio aquático  e a outra parte no meio terrestre. Foram eles os primeiros vertebrados a adquirirem condições fisiológicas para viverem na terra. Os anfíbios não têm escamas, mas possuem a pele altamente permeável tornando-se, assim, mais suscetíveis as mudanças nos padrões de temperatura, chuva e umidade.
Nas últimas décadas, o declínio nas populações de anfíbios tem sido notório.  Trata-se de uma diminuição global. No mundo, existem cerca de seis mil espécies, sendo que um terço das espécies encontra-se ameaçada. O declínio das populações e extinções de anfíbios tomam proporções maiores, sobretudo na América Latina. O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em número de espécies de anfíbios:75% das espécies descritas só existem aqui. A situação mais grave é registrada no Caribe, onde mais de 80% dos anfíbios encontram-se ameaçados de extinção.
O colapso nas populações de anfíbios é um problema global com causas locais complexas.  O aumento nos índices de radiação ultravioleta, a introdução de espécies exóticas nos ecossistemas, a fragmentação e degradação do habitat, poluentes químicos, doenças (como a quitridiomicose) e mudanças climáticas são fatores que contribuem para extinção destes animais.
A mudança climática parece ter criado condições mais favoráveis para a propagação da quitidriomicose. Esta doença é causada pelo fungo Batrachochytriumdendrobatidis ou fungo quitridial. As espécies infectadas com esta doença apresentam lesões na pele, tornando impossível a respiração dos anfíbios pela pele.
Os anfíbios também são sensíveis aos pesticidas, a má qualidade da água, a chuva ácida e a outros poluentes ambientais. Alguns provocam alterações no sistema nervoso central, outros, como o herbicida atrazina (o herbicida mais utilizado nos EUA), causam uma alteração na produção e secreção de hormônios, além de causar anomalias sexuais.
Não existe apenas um fator para a catástrofe nas populações de anfíbios, e sim um conjunto de fatores que acabam afetando não somente os anfíbios, como outros organismos.
Os anfíbios têm um papel essencial nos ecossistemas: podem alterar a dinâmica de algas, os sedimentos de água doce e a decomposição das folhas, servem de alimento para várias espécies de aves e mamíferos, como também se alimentam de vários insetos que muitas vezes são considerados como pragas.
Na cultura tradicional, o sapo-cururu, o sapo-intanha, a rã-pipa, a perereca-verde, entre outros são considerados animais maléficos. Porém, muito mais perigosos são os Homo sapiens. A nossa poluição é a mais maléfica de todas, tanto para os anfíbios, como para nós mesmos.

Mayara de Lima


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